domingo, 22 de agosto de 2010

Bom, agora eu estou acelerando o relato da Rússia porque em breve estou viajando pra Islandia, e quero voltar com o blog em dia pra poder contar sobre as nossas aventuras por lá! Eu estou bastante empolgado com a viagem, dêem uma olhada nesse vídeo promocional da Islandia e vejam se não dá pra se empolgar com ele! Eu ainda estou um pouco assustado e temeroso com os preços das coisas por lá, mas vamos que vamos!

Nossa idéia inicial: Alugar um carro saindo do aeroporto e fazer o Ring da Islandia (1480 km). Vamos acampar ou dormir no carro nos dias em que não encontrarmos Couchsurfing (está bem difícil encontrar por lá).

Segue abaixo mais uns dias da minha blognovela!

Resumo do dia seguinte: Dia de ficar perdido!

O guia que tínhamos traído do Brasil apontava uma lista de museus interessantes pra se ver em Moscou. Não preciso dizer muito que o que mais me chamou a atenção era o da KGB ("КГБ" - Комитет государственной безопасности СССР), a temível polícia secreta da Uniao Soviética! O endereço: bem fácil. Desce num metro X, dobra em L e tá logo ali.. Fizemos o trajeto. Descemos na estação de metro.. Mimica com um guarda dali, mimica com um guarda de lá, e não achamos.. Depois de meia hora andando pra la e pra ca, encontramos a rua do tal museu. Seguimos até o número e o que encontramos lá? Um supermercado. Eu logo pensei, “po, a KGB deve ser tão secreta que eles devem estar no subsolo ou encenando que é um supermercado, carái..” Ledo engano, era um supermercado mesmo. E um calor escaldante. Bom, já que estávamos la, vamos comprar um pão com presunto e comer na rua. Compramos mais algumas coisinhas, que deu 8 euros no total. Muito caro, por sinal.

Já que não tínhamos conseguido fazer p. nenhuma naquele dia, decidimos ir pro kremlin ficar no mesmo lugar que estávamos com Max no dia anterior. Fomos até la, ficamos descansando embaixo das árvores e Max nos ligou querendo nos encontrar.. Ele apareceu por la e nos levou direto pruma festa do couchsurfing.

Chegando na festa, quem eram os seres exóticos? De jogos de adivinhações (de que país eles vêem?) a convites para mostras de artes, tudo passou por nós! E Irina 1 e 2 estavam la também! Não fosse uma menina chata pra cacete (se eu não me engano da Ucrania) que insistia em fazer perguntas toscas e falar frases clichês em espanhol (“hasta la vista, baby”,”ai ai ai”) mesmo eu dizendo que no Brasil a gente fala português a noite teria sido muito legal. Em alemão chamamos pessoas assim de ASI ou Asoziale, que é uma ofensa tremenda e significa uma pessoa sem tino social e (consequentemente) sem amigos.

Finita a festa, voltamos para casa de Max e acendemos novamente o narguillé! Depois de um banho bem gelado, fomos dormir!


Dia seguinte, novo couchsurfing, Nietry!

Nos despedimos bem cedinho de Max e seguimos para a casa de Nietry! E caramba, como ele morava bem localizado! Bem no centro, 200 metros de uma estação de metro, no máximo 30 minutos do Kremlin a pé! Depois de algumas mensagens enviadas ao etéreo por errinhos bobos com o código internacional da Rússia e algumas meias horinhas esperando no sol, encontramos Nietry! A intenção era deixar as malas e logo rodar Moscou, afinal de contas, o dia anterior tinha sido perdido! Malas deixadas, a mãe de Nietry, D. Pikeva, nos faz um convite irresistível: uma melancia vermelhinha, geladinha, cortada, pronta pra ser devorada.

Não preciso rasgar muita seda pra D. Pikeva, eu sabia que íamos nos dar muito bem com ela. Já adiantando o assunto, ela tinha uma ironia e um senso de humor que me agradava muito e que me tentava mais ficar em casa para um bom papo que sair por Moscou.

Após um trago em seu cigarro com os olhos fechados, ela soltou, carregada com um sotaque britânico, a seguinte frase: “You boooofff don’t LUK alaiiike brazilians. I presume you’DDD Dgjeeerman anT Italian ascÉNdansse.” Após um tiro na mosca, comecou a nos perguntar sobre o que fazíamos na Alemanha, em qual área da política era nosso mestrado e etc. Após colher essas informações ela nos disse: “I was diplomat of the Soviet Union.” Pronto, era tudo que eu precisava saber. Até aquele momento eu estava achando muito estranho o fato de naquela casa todo mundo falar inglês, tendo em consideração que em Moscou quase ninguém tem interesse por esse idioma. Estava explicado, aquela família tinha pertencido aos altos escalões da Rússia soviética.

A história de D. Pikeva era extremamente interessante. Num tom carregado de nostalgia e saudosismo, D. Pikeva nos contou que seu avo, um famoso diplomata do Azerbaijao, foi considerado inimigo público por Stálin e, por este motivo, perseguido e fuzilado. O pai dela também foi perseguido, mas teve a sorte de não ter sido fuzilado. A história mais curiosa é de sua vó, que, mesmo com o marido perseguido e mandado pra um campo de concentração (GULAG), era devota fervorosa de Stálin. E nem com a prisão dela própria (pela lei “esposas de inimigos públicos devem ser presas”) a devoção a Stálin passou. E mais, D. Pikeva apanhou da mãe certa vez por criticar Stálin e falar mal do governo!

Bom, minha curiosidade estava latente e não deixei de fazer um interrogatório, literalmente. Foi aí que Nietry soltou o verbo contra a Rússia atual! Dá pra acreditar que o prefeito de Moscou disse, numa crítica que fizeram contra os valores absurdos que se paga para viver na cidade, que os que ganhassem menos que 2 mil dólares por mês deveriam sair da cidade? Isso mesmo, porta da rua é serventia da casa!

Nietry pontuou bem o que achava da situação: “Olha, se as coisas continuarem como estão e neste ritmo, não dou mais que 50 anos pra Rússia entrar novamente em uma revolução. O descontentamento é geral.” D. Pikeva ““nós temos uma democracia que não nos dá o de comer, nem cuida de nossas crianças e idosos. Viva a Rússia! Viva a liberdade que o capitalismo nos trouxe!” Atualmente, mais de 2 milhões de crianças vivem ao relento na Rússia. Os idosos ganham uma miséria “5 mil rublos, ou 120 euros por mês. Bom, a conversa estava interessante, mas não podíamos deixar de sair conhecer a cidade. Estávamos curiosos quanto ao museu de história política contemporânea da Rússia. Novamente, sem informações completas em inglês e bem ilustrativo. O que nos chamou a atenção foram as bandeiras nazistas (originais) no museu! Já explico.. Hitler conseguiu avançar até 20 km de Moscou, mas as tropas foram perecendo e se tornaram alvo fácil dos soviéticos. Vencida a tropa, os soviéticos levavam as bandeiras nazistas e jogavam aos pés de Lenin (morto, em seu mausoléu) como uma forma de dizer “matamos os porcos nazistas para você, Lenin”. O curioso foi que precisei sair da Alemanha pra ver uma bandeira dessas..

Depois do museu, retornamos pra casa e fomos para a praça com Nietry. Ele queria nos apresentar para seus amigos e ficamos conversando até a meia-noite na praça. Novamente, o assunto predominante: Рабыня Изаура (Escrava Isaura).

Voltando p/ casa, D. Pikeva tinha preparado comida típica do Azerbaijao, uma delícia por sinal! Era como umas bolinhas de carne, pão do Azerbaijão (bem duro) e uma salada temperada com uma erva que só tem lá!

Por hoje é só!

2 comentários:

  1. tem selo pra vc no meu blog:))

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  2. Alisson preciso falar com você.

    É a Marina de Rio Claro!!!

    Me mande uma e-mail: mbecaro@gmail.com

    É serio!!! Não esquece, estou no aguardo!!

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